sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Matas-me com o teu olhar


Hoje estava a vir para casa, que é um pouco afastada do centro da cidade, mas não o suficiente para me impedir de vir a pé, coisa que gosto de fazer (andar a pé) porque me dá a oportunidade de ter momentos só para mim em que posso pensar muito e chegar a todos as conclusões possíveis para todos os dilemas que possa criar na minha cabeça (que é outra coisa que gosto de fazer, pensar). Visto que quando estou em casa, nunca estou parada e por isso não há realmente momentos aproveitados para apenas pensar. E quando não estou em casa estou quase sempre acompanhada o que me impede de "me" dar atenção, já que gosto de estar a ouvir as pessoas e a participar em boas conversas.

Como dizia, "Hoje estava a vir para casa" já estavaquase de noite, eis senão quando um carro pára ao lado do passeio onde eu me encontrava e o desconhecido condutor, dos seus 25 anos e moderadamente esquisito (porque embora o aspecto fosse algo duvidoso, o rapaz até era giro, sim senhor), abre o vidro ao mesmo tempo que me pedia se eu podia dar uma informação. Eu, que até sou boa rapariga, aproximei-me do vidro e de seguida poderão ler o diálogo:

-Como é que se vai para... (pausa, em que se notou claramente que ele estava a pensar, talvez a inventar o que poderia dizer (?!))...o liceu?

-Volta para trás por esta rua, (entretanto ele liga a luz do carro e começa a olhar-me nos olhos sem desviar, nem por um segundo, o olhar que apesar de não transmitir nada mesmo muito negativo, também não era completamente inocente e natural), ...corta à esquerda e segue em frente que encontra o liceu (continuei eu, já relativamente intimidada).

Ele continuou a olhar para mim, com cara de quem estava à espera de qualquer coisa. Eu sem saber o que fazer, disse:
-Tá? (foi a única coisa que me ocorreu dizer, não sei porquê)

Ele não respondeu e continuou a olhar, sem parar. Comecei a ficar nervosa, porque ele não dizia nada. Deitei-lhe um último olhar, que penso que terá sido desafiador já que até envolveu as minhas sobrancelhas (se calhar, fiz foi cara de parva, mas o meu objectivo era mesmo o tal ar de desafio) e fui-me embora. Passado uns bons segundos, ouvi o carro ir embora. Não veio atrás de mim. =)
Admito... Tive medo! Até me passou pela cabeça que ele fosse obrigar-me com uma arma a entrar no carro. Talvez ande a ver muitos filmes de acção, não sei. A única coisa que sei é que este episódio pode ser descrito, com toda a certeza, como estranho e assustador. Ah! E todo o restante caminho para casa foi ocupado com pensamentos relativos ao que me tinha acontecido.

3 comentários:

Anónimo disse...

Txi! Isso até foi perigoso. Às vezes penso que também me poderá acontecer. O que me ocorreu agora era seguir no sentido contrário ao que o carro seguia. E se a rua fosse de um só sentido ainda melhor. Já me aconteceu uma coisa... igualmente perigosa, que cheguei a relatar no meu blog (creio que foi a 1 de Outubro).

Eu também adoro andar sozinha, precisamente porque posso ter tempo para pensar.

Kay Adams disse...

Já li o teu post... O que te aconteceu a ti ainda foi pior que a mim. Ao menos a mim era só um! Ainda bem que não nos aconteceu nada! =)

Anónimo disse...

Podes crer. ;)